quarta-feira, 17 de agosto de 2016

POKÉMON GO

Melhore sua experiência dentro e fora do jogo.

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Já parou pra pensar porquê realmente Pokémon Go faz tanto sucesso? Sejam gregos ou troianos, está todo mundo jogando. Afinal, o que faz dele o novo vício tanto de gamers assumidos como de pessoas comuns que, em muitos casos, nem sequer assistiam o desenho nos anos 90?

Tenha você pensado nisso ou não, com certeza já viu alguém que mergulhou no jogo e ficou ali por horas. Talvez até por dias, chegando ao ponto de negligenciar outras coisas importantes da vida dela, só pra poder capturar as benditas criaturas. Ouso dizer que talvez até você seja essa pessoa. Mas o ponto aqui não é criticar o jogo, muito menos os fãs dele, afinal tudo que usamos da maneira certa pode contribuir pro nosso sucesso. Sobre usar o Pokemón Go da maneira certa, te convido a ver algumas conclusões interessantes que ajudam a ter uma experiência melhor dentro e fora do jogo.

Existem pelo menos três principais grupos de pessoas jogando Pokémon Go atualmente, e são eles: os que jogam porque é novidade (afinal é o primeiro jogo a unir Realidade Aumentada e GPS com esse propósito), os que jogam porque gostam de Pokémon mesmo (são os fãs desde o tempo dos desenhos e dos jogos mais antigos) e, claro, aquele outro grupo que joga simplesmente porque está na moda ou pra competir. Porém independente da motivação que leva os players para um desses grupos, existem fatores que estão presentes em todos os players, de todos os grupos. Ficou curioso pra saber quais? Aqui vai uma dica: são todos seres humanos!

Apesar de eu e você sabermos bem que nós humanos somos muito diferentes um do outro nas mais diversas características (como: gostos, opiniões, aparência, experiências de vida, cultura, etc), também estamos cientes que temos muito em comum uns com os outros. Por exemplo, nós todos temos as mesmas necessidades, sentimos as mesmas emoções, e reagimos de forma parecida em diversas situações do cotidiano. Quer ver? Você consegue lembrar de alguém que gosta de relaxar no final de semana? Ou de alguém que fica bravo com uma fechada no trânsito? Se lembra de alguém que gosta de fazer amigos? É disso que estou falando. No fundo temos mais semelhanças do que diferenças.

Mas voltando para o Pokémon Go, o que nossas semelhanças como pessoas tem a ver com o jogo? É simples; algumas das necessidades mais presentes em nós humanos são supridas pelo jogo, por isso ele faz tanto sucesso. Separei aqui 3 exemplos disso: aquele bom e velho desejo de se aventurar (afinal, quem não gosta de uma boa aventura e de descobrir coisas novas por ai?), o desejo de se identificar com outras pessoas e ser aceito por elas (no caso, outros jogadores iguais a você) e principalmente o desejo de ser reconhecido e admirado em nossos círculos sociais.

Talvez ainda esteja pensando o que isso tem a ver com o jogo. Tudo bem, eu explico. Esse simples joguinho de celular, revolucionário e desafiador, é capaz de te proporcionar as sensações de aventura, aceitação e reconhecimento que todos nós como seres humanos desejamos tanto. E faz isso de forma relativamente fácil, com muito pouco esforço quando comparado à outras fontes de aventura aceitação e reconhecimento que existem fora de um smartphone, apenas na vida real (como viajar, vencer a timidez, entrar em forma, etc). Além disso, outro motivo para o sucesso monstruoso de Pokemón Go é o fato dele ser acessível a qualquer pessoa que tenha um celular com internet e GPS, ou seja, praticamente todo mundo.


Pra melhorar sua experiência no jogo, é bom ter algumas coisas em mente antes de se aventurar por ai atrás das criaturas. Mesmo lançado com pouco tempo (no Brasil, a mais ou menos 3 semanas) já vimos muitos casos de pessoas que se distraíram jogando e sofreram consequências graves com isso, como: assaltos, lesões, acidentes e todo tipo de apuros sem bateria no celular. Fora aqueles que trocaram seus empregos ou até mesmo seus relacionamentos pra viver em função de gastar umas pokébolas. Mas isso tudo você já sabe porquê é bem informado, certo? Então basta andar atento, de preferência acompanhado, e lembrar que no fundo isso é só um jogo e que não vale a pena arriscar sua única vida ou sua segurança por nenhum Pokémon virtual que, por mais raro que seja, só existe na tela do seu celular. Ler sobre o jogo na internet e assistir aos muitos vídeos de gamers sobre o assunto, que ensinam a usar melhor os recursos e a planejar evoluções mais rápidas no jogo também te ajudam a economizar tempo e a escolher melhor os Pokémons que você deve ou não capturar.

Se você seguir essas dicas bem simples acima, sem dúvida vai experimentar o que o jogo tem de melhor, e com menos riscos e prejuízos. Porém eu estaria sendo injusto se não chamasse a atenção para outro ponto ainda mais importante; você precisa de outras fontes de aventura, aceitação e reconhecimento na sua vida, além do que esse ou outro jogo qualquer é capaz de oferecer. Afinal, liberdade não tem preço! E você pode fazer muito mais por si mesmo sendo livre do que na condição de "dependente". Estou falando aqui sobre depender de um jogo (ou de jogos, no geral) para satisfazer aquelas necessidades humanas que já conversamos. Até porque essas fontes mais rápidas de satisfação, são também as que proporcionam essa mesma satisfação por menos tempo. Em outras palavras: você ganha rápido e perde mais rápido ainda. Por isso logo corremos pro jogo novamente, em busca de sentir aquela satisfação de novo, e de novo, e de novo... Mas até quando?

Cada um é livre pra escolher como satisfazer suas necessidades (ou pelo menos deveria ser). Por isso vou sugerir aqui algumas formas alternativas de buscar e encontrar satisfação pra essas necessidades. Veja abaixo uma lista de coisas que proporcionam a aventura, aceitação e reconhecimento de que tanto gostamos, porém de forma muito mais duradoura:

- Aprender ou praticar um esporte:
Eu sei que você já ouviu isso, mas é verdade. Praticar um esporte com regularidade pode até ser mais desafiador do que acertar um Dragonite com a pokébola, porém os benefícios disso para sua auto-estima, sua estética, saúde e bem estar são muito, mas muito, superiores aos que você conseguirá jogando. E quem de nós não se impressiona ao ver alguém realmente bom num esporte? E isso é resultado de muito treino e nada mais, não precisa ter superpoderes pra começar.

- Aprenda com os livros:
Sim, outra coisa que você talvez já ouviu daquela pessoa mais velha ou mais nerd que você. Mas é isso ai, os livros podem te levar para dentro de experiências incríveis, e com um poder de intensidade muito maior do que até mesmo os filmes e séries são capazes de fazer. Além de vivenciar aventuras gigantescas, você ainda aprende muito com os personagens. Fora isso, é comum acontecer de você ganhar o respeito de outras pessoas pelo simples fato de conhecer uma boa história ou uma ideia interessante que aprendeu lendo aquele livro. Faça o teste.

- Ajude uma pessoa próxima a você:
Com certeza esse é um Pokémon que vale a pena capturar. Lembra daquele seu amigo mal compreendido? Aquele parente com depressão? Aquele colega de sala que não aprende nada com facilidade? Todos eles são humanos como você e eu também, muitas vezes orgulhosos ou receosos demais pra pedir ajuda. Por isso cabe a nós, os pensantes e destemidos, oferecer o que tivermos ao alcance para trazer uma luz no fim do túnel daquela pessoa. Muitas vezes uma simples conversa onde você ouve bem mais do que fala, ou aqueles minutinhos que você gasta ensinando algo pra alguém (com muita paciência, é claro), ou até mesmo outras coisas que exijam mais envolvimento da sua parte podem ser suficientes pra alavancar a vida daquela pessoa perto de você. Fazer isso é sempre um desafio e também uma grande aventura, além de estreitar seus laços com a pessoa.

- Supere um trauma seu:
Tá aqui o maior desafio de hoje. Quem de nós não possui algum(ns) trauma(s)? Aquele que nunca viveu uma experiência ruim e marcante na vida que atire a primeira pedra. E digo mais, nem sempre nós somos os culpados por esses traumas, muitas vezes somos apenas vítimas das circunstâncias ou de alguém. Talvez os piores traumas sejam aqueles causados pelas pessoas que, na teoria, deveriam nos proteger, mas nós sabemos que o mundo não é tão bonito como queremos e isso nem sempre acontece. Porém como superar um trauma? Será que isso está relacionado a "dar a volta por cima" ou a "se vingar dos culpados"? Com certeza esse é um assunto que merece um tratamento mais do que especial, talvez um texto inteiro ou até um site só sobre isso, mas farei o possível com as poucas linhas que me restam.
Posso dizer com muita segurança e alegria que tive a chance de superar alguns traumas pessoais na vida, e não existe satisfação maior do que essa! Mas quando decidi iniciar um processo profundo de reflexão sobre eles não foi nem um pouco fácil, porque pra isso precisei revirar as lembranças mais amargas e obscuras na minha própria mente e isso pode ser extremamente dolorido e assustador. Confiar em alguém ou ter alguma fé aceleram esse processo. Porém é necessário manter uma atitude psicológica positiva e muito racional pra superar um trauma. E depois que você revirou essas memórias e informações escondidas e entendeu racionalmente que aquilo tudo foi uma sucessão de erros, propositais ou não, cometidos pelas pessoas envolvidas (incluindo você, as vezes) então poderá começar o processo mais importante na superação de um trauma; que é o desapego. Desapegando das mágoas e reconhecendo que não precisa se vingar ou odiar quem quer que seja (nem a si mesmo) pra seguir sua vida, vai perceber o quanto isso será bom pra você e pro seu crescimento pessoal. As lembranças incomodam cada vez menos com o tempo, e quando você percebe já superou aquele assunto chato da sua vida. Com certeza essa é a melhor e mais gratificante experiência na qual vale a pena se aventurar, os benefícios são incalculáveis e definitivos.